Para
construção da suas habitações, o muila parece não ter qualquer
preferência, quanto à natureza do terreno. Verifica-se no entanto que
escolhe normalmente as encostas situadas nas proximidades das linhas de
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e as zonas altas. Neste caso, talvez devido a reminiscências
de tempos antigos, em que as lutas inter tribais o obrigavam a procurar
pontos de fácil vigilância.
É
de forma circular, o tipo de construção usualmente encontrado, de pau-a-pique
e com cobertura cónica, de capim. As casas, ditas cubatas ou libatas, têm
uma única divisão, havendo tantas cubatas
quantos os fins a que se destinam. Em média, cada família
constrói três cubatas, sendo
uma usada como quarto de dormir [e neste caso é barrada
no interior, nas juntas dos paus que
a formam], outra como cozinha e a terceira como celeiro e arrecadação.
Todas
as residências, ou por outra, todas as construções que compõem
as
residências
familiares, são rodeadas por um cercado feito de paus, enterrados a
prumo, que é o tradicional. Contudo, verifica-se que hoje em dia, e certamente
por uma questão de comodidade e, logo, de menor trabalho, esse uso tradicional
está em decadência, sendo o cercado de paus substituído por outro, de espinheiras
tombadas. A cada conjunto
habitacional deste tipo dão o nome de "EUMBO".
A seu lado existe, normalmente, o curral do gado bovino a que
chamam "OCHUNDA", ficando os currais de porcos ou "CHIPANGA",
de cabras dito "CHINHONGO" e
a capoeira ou "OTCHIUÓ",
dentro do Eumbo.
As
habitações não são agrupadas em povoações mas sim em agregados familiares
[pai, mãe ou mães e filhos e, por vezes, sobrinhos], ficando algumas vezes os
filhos casados a viver junto dos pais e os sobrinhos em casa dos tios.
Esta
preferência pelo isolamento - agrupamento por famílias - terá tido origem no
facto de ser o que melhor se adapta à pastorícia e à criação de porcos,
cabras e galinhas, evitando questões de vizinhança.
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