Por ocasião do
nascimento dos filhos, é adoptado um certo cerimonial. Assim, quando a
mulher sente as
dores do parto, vai para casa de sua mãe, se para tanto
houver tempo pois, caso contrário e o que raramente se verifica, e só
neste caso, dará à luz em sua casa.
Se
o marido estiver presente, assiste ao parto, indo seguidamente chamar a
sua sogra, se o parto tiver lugar em
sua casa. Se o parto for difícil,
perguntam ao marido se este, durante a gravidez de sua mulher, teve relações
sexuais com outra que lhe não pertença e, em caso afirmativo, tem de
lavar as partes genitais, bebendo a parturiente a água da lavagem. Em
caso negativo, lavam os porrinhos ou chicote
pertencentes ao marido,
bebendo igualmente, a parturiente, a água desta
lavagem. Se o marido estiver ausente e o parto for difícil, lavam
qualquer peça de roupa que este tenha usado para tapar as partes
genitais, dando a beber à parturiente a água desta lavagem. Se, mesmo
assim, o parto continuar difícil, chamam então o "Quimbanda"
13
Se
o nascimento ocorrer em casa da avó, tanto o filho como a mãe só podem
ir para sua casa um mês após o nascimento.
No
dia do nascimento não fazem qualquer festa especial, limitando-se o pai a
matar um cabrito ou porco, para a mulher comer e, assim, ter leite para
amamentar o filho, comendo a mulher, em primeiro lugar, um cozinhado feito
com o sangue misturado com as
tripas.
Ao
recém-nascido é cortado o cabelo, tendo este acto um certo ritual. A
operação do corte de cabelo pela primeira vez 14,
coincide por vezes com a
primeira saída da parturiente do quarto onde ocorreu o parto, sendo
chamado, para a realizar, o
Quimbanda, o qual rapa o cabelo da criança com uma faca. A ser
seguido o cerimonial antigo, o cabelo não seria cortado com uma faca,
mas sim queimado, da seguinte forma: o quimbanda
ataria o cabelinho em pequenos tufos, utilizando para tanto um barbante e,
com o maior cuidado, queimá-los-ia na base com um tição acesso.
Os
primeiros cabelos, assim como o cordão umbilical, são conservados
durante anos pela mãe, pois há a
crença de que, se os deitarem fora,
isso poderá acarretar desgraça para a criança.
Um
mês depois do nascimento, procedem ao baptismo da criança, não podendo
os cônjuges ter relações sexuais entre si enquanto o mesmo não tiver
sido feito.
A
cerimónia do baptismo é feita por volta das sete horas e consiste no
seguinte: O "Tava" 15
traz uma cabaça de macau, a avó
materna outra e a irmã do pai da criança traz dois quilos de "Gunde"
16,
que é posta numa panela. De seguida o padrinho, com um dedo, põe um
pouco de manteiga na boca da criança, dizendo "Toma ...
(acrescentando o nome que foi escolhido previamente pelo pai e dito em
segredo ao padrinho)". Depois, o padrinho amarra um cinto de couro de
boi na criança, colocando um pedaço de pele de boi atrás e um pano à
frente, findo o que, os presentes bebem o macau.
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